sexta-feira, 13 de maio de 2011


TECNOLOGIA E NOVAS CONFIGURAÇÕES SUBJETIVAS

Tecnologia segundo o Dicionario Michaelis (1966), significa aplicação dos conhecimentos científicos à produção em geral. Através dela o homem cria máquinas, ferramentas e novos conhecimentos a partir destas mesmas ferramentas e maquinas. No que diz respeito a subjetividade, embora seja dificil uma definição clara, pode ser entendida como: espaço íntimo do indivíduo, (mundo interno, composto por emoções, sentimentos e pensamentos) que estão numa interrelação dinâmica como o mundo externo (o mundo social), resultando tanto nas visões singulares de mundo dos indivíduos, quanto na construção de crenças e valores compartilhados na dimensão cultural que vão constituir a experiência histórica e coletiva dos grupos e populações. Aqui enfocaremos a relação entre Tecnologia e as Novas Configurações subjetivas.

Desde a primeira revolução Industrial até a contemporaneidade a produção industrial através da utilização das tecnologias vem produzindo cada vez e de maneira mais sofisticada máquinas e instrumentos que postas a serviço do homem acabam por interferir na sua forma de se relacionar com o mundo e com os outros.

Como Guattari diz:


As máquinas sociais que podem ser classificadas na rubrica geral de equipamentos coletivos as máquinas tecnológicas de informações e de comunicação operam no núcleo da subjetividade humana, não apenas no seio das memórias, da sua inteligência, mas também da sua sensibilidade, dos seus 
 afetos, dos seus fantasmas inconscientes” (GUATTARI- 1992, p. 25-33).


No campo das comunicações o aparecimento da Internet traz uma nova revolução “na historia da humanidade”’ inaugura também a era, da inteligência coletiva que através da rede planetária de computadores abrangendo todos os humanos estariam aptos a combinar inteligência, conhecimento e criatividade para a produção de riquezas e desenvolvimento social. As mudanças, contudo não conseguiu aplacar as desigualdades, a intolerância, do medo de descarte e da angustia existencial, presentes desde o nascimento nos seres humanos. A essência do homem continuou a mesma, mudaram as tecnologias, que produziram para dar sentido à busca de respostas concretas que os situe no mundo, quem é, e para onde vai.

As tecnologias, porém, proporcionam inúmeras facilidades das quais antes não era possível utilizar tais como: em tempo real poder conversar com pessoas de qualquer parte do planeta, receber informações de acontecimentos que demorariam meses para chegar, etc. O email que possibilita a comunicação de uma forma bastante acelerada, em segundos as informações circulam o mundo. As redes sociais (Orkut, Facebook, Twitter, Blogs etc.), possibilitam aos indivíduos novos meios de comunicação, no qual é possível obter outras personalidades através de vários perfis, pois no ciberespaço não há regras e as pessoas tendem a criar perfis do que gostariam de ser e não da realidade.



Se as tecnologias da comunicação colocaram o homem na condição de cidadão do mundo, notadamente com a globalização, também o desvinculou de meio mais imediato, como afirma (GUATTARI-1992 pg 169), em seu livro Caosmose:, “os seres humanos contemporâneos não estão mais dispostos em um ponto preciso da terra, mas se incrustam, no essencial” A subjetividade entrou no reino de um nomadismo generalizado. “Os jovens, que perambulam nos boulevards, com um Walkman colocado no ouvido”. Tal situação nos fala OLIVEIRA, citando Bauman, a respeito do que ele chama de “Modernidade líquida” em que atestando, “a atualidade é regida por transformações sociais aceleradas que culminam em dissoluções de laços afetivos e sociais”. Seguindo o mesmo pensamento, GUATTARI retrata como a tecnologia afastou as pessoas, hoje vivem cada um por si, aquela aproximação e contatos físicos foram deixados pelo que a tecnologia oferece. Hoje se conversa com os familiares pelo celular é preferível a ter uma conversa presencial. Ou por email, ninguém visita mais, fala-se pelo “MSN” com um webcam ligado, e isso basta. As pessoas buscam cada vez mais relacionamentos virtuais, a subjetividade do indivíduo fica perdida entre o real e o virtual. Assim cita-nos OLIVEIRA, por meio de Blogs, ou do Orkut e sites interativos, por exemplo, o sujeito pode (re) significar ou (re) criar e simular sua identidade de acordo com o fluxo de situação ou da necessidade do momento. É por meio dessas ferramentas que o sujeito pode tornar-se visível, reconhecido ...”).
Por fim, trazendo ainda o pensamento de COSTA (2005), “A internet vem trazendo profundos impactos em praticamente todos os setores da vida social e pessoal de milhões de pessoas ao redor do mundo, mesmo daquelas que jamais usaram um computador.” E essa mudança que já vem ocorrendo desde sempre, tem causado impactos na subjetividade do indivíduo, criando novas configurações subjetivas, novos conceitos, novas experiências.


CONCLUSÃO

Conclui-se que a tecnologia está ai, e não há como parar o seu crescente poder na vida das pessoas, a cada dia novas tecnologias surgem e inserem-se novas realidades, transformando a vida dos humanos. Não dá para parar a ciência e a tecnologia, o que tem que ser feito é aprender a conviver com as mudanças e saber usar essa tecnologia em favor do bem, não se deixando influenciar.

A Internet é a grande responsável atualmente pela rapidez da troca de informações e proporciona enormes melhorias para a vida das pessoas. Não esquecendo que embora os avanços tecnológicos lhes tragam melhorias, também, podem trazer malefícios, casos não saibam usar adequadamente estas ferramentas.
Vivemos na era da comunicação e da informação, as tecnologias já fazem parte do nosso cotidiano, proporcionam novos saberes, novas formas de lidar com o mundo e  novas subjetividades.


MATÉRIA: ESTUDOS EM PSICOLOGIA E PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO

REFERÊNCIAS

Novo Michaelis, Dicionário Ilustrado (2 vols.), 6 ª ed., Melhoramentos, São Paulo, 1966. 

GUATTARI, Felix - CAOSMOSE: um novo paradigma estético/tradução de Oliveira, Ana Lúcia e LEÃO Lúcia Cláudia. - Ed 34,São Paulo-1992

NICOLACI-DA-COSTA, A.M. Ciberespaço: nova realidade, novos perigos, novas formas de defesa. Psicologia: ciência e profissão, Brasília, DF, v. 23, n. 2, p. 66-75, 2003.

OLIVEIRA, Maria Regina Momesco. “TÉCNICAS DE SI” NA CONTEMPORANEIDADE: A CONSTRUÇÂO DO SUJEITO NA FLUIDEZ DA WEB 2.0 .(UNIFRAN; CTI-UNESP: FJAU).



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