quinta-feira, 19 de maio de 2011

DISCUSSÃO INTERDISCIPLINAR 
A TECNOLOGIA TEM CONTRIBUIDO PARA TORNAR OS RELACIONAMENTOS MAIS LÍQUIDOS?

Atualmente a humanidade tem sido impactada com a tecnologia nos mais diversos âmbitos. Sabe-se também que esse crescente avanço tecnológico na contemporaneidade tem provocado muitas mudanças no ser humano, sejam elas na sua maneira de pensar, agir, se comportar, se socializar, etc. Todas essas transformações foram causadas graças a um novo meio de vida; A vida tecnológica. O homem contemporâneo desenvolveu um modo de vida consumista que tem trazido grandes repercussões nas suas relações, e acabou tornando-se mais individualista com relação ao seu status social trabalhando em pró das suas conquistas. Antes o homem trabalhava para seu próprio sustento e de seus familiares somente, sem a visão de se obter um status maior. Hoje percebemos que as pessoas trabalham em busca da realização profissional e do status social cada vez mais alto. Esse ser consumista e individualista não se importa tanto mais com pequenos detalhes da vida que antes lhe eram essenciais. Com a tecnologia crescendo cada vez mais, facilitou também a comunicação entre os seres. Isso possibilitou ao homem manter relacionamentos cada vez mais instáveis ou “líquidos”. 
Os relacionamentos líquidos são definidos como relações que não há uma responsabilidade com os membros que constituem determinado grupo, seja ele familiar, social, profissional, etc. As pessoas vivem tão em torno de seu próprio mundo e tão preocupadas em ganhar dinheiro e ser cada vez melhor, que não tem tempo ou não se interessam mais em ter um relacionamento sólido.
Todos os tipos de relacionamentos vistos hoje, estão em estado de degradação devido aos impactos tecnológicos. Os relacionamentos virtuais estão cada vez mais presentes, inúmeras redes sociais estão na Web, criando novas formas de relacionamento, e de subjetividade tornando o ser humano mecanizado. Podemos perceber isso com o aumento das redes sociais cada vez mais presentes e importantes na vida das pessoas (Orkut, Facebook, Twitter). Essas redes sociais geram novos conceitos de grupos; são grupos virtuais que promovem novas formas de relacionamentos, que tem seus prós e contras, todavia, o integrante dessas redes pode simplesmente abandonar quando quiser sem que haja uma cobrança do grupo para com este. Pode-se criar amizades virtuais a partir dessas redes e depois simplesmente excluir esse perfil e nunca mais falar com as pessoas daquela comunidade.
Essa Liquidez Contemporânea é vista em inúmeras áreas dos relacionamentos do homem, tanto na família quanto no ambiente de trabalho, na vizinhança, enfim... As pessoas estão tão em torno de si mesmas, que não percebem o que ocorre a cada dia, sequer conhecem seu vizinho, não vê os pais há anos, etc. A consequência da “escolha” inconsciente por esse tipo de relacionamentos já acontece na vida das pessoas de maneira natural a ponto de nem perceberem mais a diferença. Observamos isso quando nos deparamos com os exemplos cotidianos da nossa sociedade: As pessoas optam por não casarem, pois um relacionamento amoroso requer cuidado, paciência, tempo, satisfação ao outro, enfim... Mantém contato com seus familiares (até mesmo da própria casa), através do celular, ou do “MSN”, evitando a proximidade e a presencialidade. Com isso, os relacionamentos são feitos e se desfazem com uma rapidez incrível.
Como tudo que é liquido se esvai com facilidade, assim está se tornando os relacionamentos, cada vez mais instáveis e substituíveis, e pensamos que essa liquidez não traz impactos maléficos, porém nunca se viu um índice de depressão tão alto como nos tempos atuais, nem o aparecimento de tantas doenças psíquicas ligadas ao stress, ao modelo de perfeição imposto pela mídia, a ansiedade, insegurança, etc. Existem testes psicológicos que avaliam a Personalidade e apontam tais fatos. Todos esses acontecimentos estão ligados á essa liquidez que a vida das pessoas tem se tornado. Muitas pessoas tentam suprir esse “vazio” fazendo cirurgias plásticas e até mesmo mudando de sexo graças a tecnologia médica que também ganhou espaço na contemporaneidade. As pessoas fazem esse tipo de mudanças em si por que não encontram a solidez nem a segurança. Se sentem inseguras e tentam cada vez mais ser aquilo que não são, buscando satisfação em mudar seu corpo em pró de uma falsa melhora de seu “eu”.
Essa liquidez também está presente hoje nas crianças. Elas também estão sendo impactadas pela tecnologia ainda mais do que os adultos, pelo fato de já terem nascido em uma época em que o avanço da tecnologia está tão intenso. Utiliza-se computadores atualmente no ensino das crianças, o celular é um equipamento que desde bem cedo as crianças tem um contato com ele, isso as levam a terem um desenvolvimento da linguagem e do pensamento cada vez mais rápidos. O bombardeio de informações de seu ambiente aumenta a cada dia, pois os pais estão sempre com objetos tecnológicos cada vez mais modernos. Porém, as levam também á estar inserida dentro desse contexto líquido de relacionamentos. Dentro desse contexto, consequentemente, elas tornam-se adultos frios e que não darão valor aos seus relacionamentos, pois já foram criados dentro dessa realidade. Com isso vai criando-se um circulo de relacionamentos líquidos passados de pai para filho; com isso a humanidade logo será completamente líquida, e o mal está na sociedade se tornando cada vez pior com aumento de violência que é maior hoje em dia, por conta das pessoas não se importarem com o seu próximo, estarem voltados para si ignorando o outro, tornando-se individualista, quando na verdade não percebe que o próximo também tem sentimentos, desejos, sensações e objetivos assim como os próprios.
Diante dos fatos aqui argumentamos, concordamos sim, que a tecnologia contribui e muito nos relacionamento líquidos, contudo acreditamos que o homem tem o controle (em alguns níveis) da escolha desse tipo de relacionamento; cabe ao homem saber utilizar a tecnologia e não se deixar influenciar, se pondo como máquina ao invés de um ser humano.
TECNOLOGIA NAS RELAÇÕES HUMANAS: ANÁLISE DE COMUNIDADE NO ORKUT



1.   INTRODUÇÃO

Processos como coesão, cooperação, liderança, status e papel social, orientam o comportamento dentro dos grupos na maior parte do tempo. Cada grupo a que pertencemos tem seus próprios padrões. Os seres humanos parecem sentir-se pouco á vontade sem o estabelecimento de normas e, geralmente, acham um sacrifício adotar novas normas, especialmente se estas são radicalmente diferentes. Ao longo do trabalho veremos se a comunidade Transtorno/Síndrome do Pânico escolhida pela equipe segue os padrões de grupos citados acima. Porém primeiro veremos quais são os conceito de comunidade virtual como a do Orkut.
O termo comunidade aparece principalmente com duas asserções Segundo o dicionário Houaiss (2001):
1. “Agrupamento de seres que convivem em estado gregário e em colaboração mútua”. 2. “Conjunto de pessoas que vivem em certa faixa de tempo e de espaço, seguindo normas comuns, e que são unidas pelo sentimento de grupo; corpo social, coletividade”.

O impacto que a Internet e a tecnologia proporcionaram às relações humanas fez com que sociólogos e pesquisadores redefinissem estes temas e definissem uma nova existência de comunidades em um espaço virtual.
A Era da Informação, trouxe modificações, sobretudo na maneira como as pessoas se relacionam. Hoje, o contato entre pessoas ocorre numa linha tênue entre a realidade e o virtual. É o que se percebe nas redes sociais, onde as pessoas interagem das mais diversas formas, e que encontram muitas vezes o que procuram, amigos, relacionamentos, ajuda etc.
Souza (2003) afirma que os integrantes das comunidades virtuais do ciberespaço, continuam a ter um relacionamento e interação como se fosse presencial. As divisões de grupos por interesses e objetivos se mantêm independente de ser em um ambiente virtual. Os integrantes dessas comunidades quebram barreiras geográficas, culturais e linguísticas. Percebe-se a pluralidade de discursos de pessoas de vários lugares e de diferentes culturas e religiões.
SOUZA (2003) ainda define as comunidades virtuais a partir da seguinte perspectiva: 
“Comunidades virtuais são agregações sociais que emergem da Rede quando um número suficiente de pessoas prossegue com discussões públicas por um período determinado, com sentimento suficiente para formar redes de relações pessoais no ciberespaço”.
Hoje, o Orkut e suas comunidades alcançaram uma representação muito mais ampla e fazem parte da construção da identidade virtual de grande parte dos internautas do país através das informações e feedbacks que modificam a todo o momento nossa subjetividade.


2.  A COMUNIDADE­­
Escolhemos a comunidade Transtorno/Síndrome do Pânico, pelo seu conteúdo informativo e auxiliador.
A comunidade pode ser encontrada através do link:


                                     Descrição da Comunidade:
“Comunidade destinada a portadores da Síndrome do pânico/transtorno do pânico. Nosso objetivo é reunir panikentos (pessoas que tem síndrome do pânico) para que possamos juntos nos ajudar! Aqui impera a democracia, mas aviso que se criarem tópicos de cunho preconceituoso será imediatamente deletado!
Bem vindos ao clube do pan!”.

Idioma: Português (Brasil); Dono: Michelli Gavião; Moderadores: IVOR - Everton; Tipo: pública; Aberta para não membros; Criado em: 24 de outubro de 2004; Membros: 1.317.

Os membros interagem na comunidade á partir dos tópicos e das enquetes, é o meio de comunicação da comunidade. Onde poderão tirar suas dúvidas á respeito da síndrome do pânico, e dos sintomas da doença. Os integrantes da comunidade buscam também ajuda com relação aos problemas ocasionados pelo transtorno.
Essa comunidade é uma Gestalt (grupo): É como uma rede, como uma teia de aranha, cada um age maneira independente, mas psicodinamicamente interligado, agindo como um subsistema, onde cada um afeta o outro e é afetado pelo conjunto, criando uma matriz operacional.


3.  CONCEITO DE GRUPO
Segundo o dicionário Aurélio Eletrônico (1999) O conceito de grupo é:
1.     Conjunto de pessoas ou de objetos reunidos num mesmo lugar 2. Conjunto de pessoas que apresentam o mesmo comportamento e a mesma atitude, e com um objetivo comum que condiciona a coesão de seus membros: um grupo político; um grupo de trabalho; psicologia de grupo.
Os grupos sociais possuem um formato de organização, mesmo que individual. Uma das características é que estes grupos são superiores e exteriores ao indivíduo, assim, se uma pessoa sair de um grupo, possivelmente ele não irá acabar. Os integrantes de um grupo também possuem uma consciência grupal o pronome ‘’nós’’ ao invés do ‘’eu’’, certos valores, partindo de princípios e objetivos em comum.
O agrupamento existe quando um conjunto de pessoas que compartilham do mesmo espaço, com objetivos comuns estão juntos. Para se tornarem um grupo tem que haver uma experiência emocional compartilhada. Um grupo verdadeiro irá trabalhar junto para que o problema seja resolvido criando assim um vínculo e uma interação afetiva e emocional.
Percebe-se na comunidade um tipo de grupo informal, ou seja, grupos cujos laços afetivos estão mais vinculados em gostos e interesses comuns.

4.    OS PROCESSOS GRUPAIS NA COMUNIDADE

Os membros da comunidade compartilham seus desejos, sensações e objetivos ao longo do relacionamento, sejam eles de se auto-libertar desse transtorno, como também o de lidar com ele. Esse tipo de processos relacionais, por si só, se nomeia como processos grupais; ou seja, as vontades e metas dessas pessoas tornam-se comum, cujo propósito é alcançar os mesmos objetivos.
O papel social é um modelo de comportamento definido pelo grupo. Nenhum grupo social pode ter bom funcionamento sem estabelecer papéis para seus integrantes.
A Distribuição de papéis na comunidade não está explícita. Tem o criador ou “dono” da comunidade, que é a pessoa que teve a iniciativa de criar a comunidade, Porém não tem uma hierarquia rígida como se costuma ser em outros modelos de grupos. Os integrantes da comunidade participam ativamente nos tópicos e nas enquetes. Não há discriminação de papéis. Há também os moderadores que não tem um papel definido. Na comunidade não se observa essas posições de integrantes serem ou não responsáveis por algo.
Estas formas de papéis hierarquizados encontraram na divisão social do trabalho uma forma de organização. Oliveira (1998, p. 198) ao conceituar papel social conclui que "é o comportamento que o grupo social espera de qualquer pessoa que ocupe determinado status social, é o aspecto dinâmico do status".
Já o status social é opcional, isto é, dependem da concordância ou não do indivíduo em assumir certa posição social, como, por exemplo, a ocupação de determinados cargos públicos. Outros status são atribuídos e independem da escolha individual. Numa família, por exemplo, ocupar a posição de avô independe da vontade de quem ocupa. Na comunidade observa-se o status do dono que é um status atribuído, já que ele criou, ele é o dono da comunidade.
O status adquirido: depende das qualidades pessoais do individuo, de sua capacidade, e habilidade. Não são visíveis na comunidade, por ser uma comunidade virtual a comunicação entre os membros é baseada nas respostas ás enquetes e as criações dos tópicos. Pode ter aquele integrante mais participativo e que cria as enquetes e tópicos, porém não lhe é visível a atribuição de papel social dele na comunidade.
O líder da comunidade é o dono da comunidade. É um papel atribuído a ele porem não requer muita validade. Por ser uma comunidade aberta qualquer um pode participar. As comunidades do Orkut geralmente são com o sentido de reunir pessoas com os mesmos interesses em comum, assim como a Transtorno/Síndrome do pânico é voltada aos portadores dessa síndrome, ou pessoas que convivem com pessoas assim, não há atribuição de papéis, o líder ou dono da comunidade é só por sua iniciativa de criar a comunidade.
5.  DIÁLOGO DA COMUNIDADE
É uma comunidade respeitada onde é possível interagir pessoas que se interessam saber sobre o assunto e até mesmo pessoas que sofrem dessa síndrome mantendo um relacionamento afetivo virtual.
É um permanente processo de comunicação, compreendida aqui como todas as coisas que nele acontecem: corpo, palavras, posturas etc. O grupo não é apenas algo físico, visível, que só existe na sala de terapia, é uma entidade psíquica, existindo mesmo quando as pessoas não estão fisicamente presentes no mesmo lugar.
Um exemplo disso é a interação do grupo da comunidade que foi escolhida pela equipe, mostra a Gestalt do grupo cada um orientando o outro e se mostrando presente na vida deles de alguma forma, mesmo que seja virtualmente. A comunicação é prevalecida com um único denominador comum, ajudar os demais os fazer sentir-se bem, provocando a mudança para algo confortável. 
CÉLIA UMA INTEGRANTE DA COMUNIDADE FALA DE SEUS MEDOS E DORES:
Dor no peito constante... Ajudem-me
‘’Eu sinto dor no peito constante, já fui ao cardiologista, ele me disse que não era do coração, mais porque essa dor não some, já fui a vários médicos, isso me tira a vontade de viver, pois vivo achando que vou morrer do coração a qualquer momento, alguém sente isso, me ajuda pelo amor de Deus, to desesperada’’.
Na interação da comunidade Eddie dialoga com Célia:
‘’O cardiologista deve estar com a razão já que o coração em si, não dói, infarto dói o queixo, formiga o braço esquerdo, sente aperto de falta de ar, diarréia, dor abdominal. Você pode estar sentindo outros problemas, às vezes um simples raio-x pode mostrar, dor no peito pode ser um monte de coisa, problemas nas costelas, problemas nas costas (coluna), vermes (amebíase), gases parados (tem pessoas que bebem pouca água). etc...para saber você tem que ser mais específica no tipo de dor, tipo o local, intensidade, tipo de dor. Vai que o problema está no pulmão por exemplo.  Você tosse muito? Tem vomitado? “Tem uma série de coisas que podem ser, e dependendo dos sintomas e locais podem indicar um especialista.”
É uma função do grupo o estudo, no sentido de tornar-se consciente do desenvolvimento e transformação que ocorrem entre o mundo de fora e o de dentro, realidade e fantasia, de cada um dos seus membros, fundadas nas suas relações de necessidades.
O ser humano é um ser de necessidades, nunca completo. O grupo tenta dar cada um, o que é seu, estar atento as necessidades de nutrição de seus membros, bem como evitar o que é prejudicial.
RAFAELA KAKA DIZ:
 “Oi pessoal. Vocês sentem coceira no corpo quando vem aparece ansiedade? Às vezes parece q meu corpo coça todo... Que aflição.”
EDDIE:
“Coceira nunca ouvir falar, é mais fácil você ter tomado muito antibiótico por um tempo e pegou fungos na pele... Tem pessoas ansiosas que tem o tique de se coçar... mas é muito raro mesmo... abraço.”
A Comunidade aborda um ambiente psicológico que é percebido e interpretado pela pessoa. É relacionado com as atuais necessidades do individuo. Alguns objetos, pessoas ou situações, podem adquirir valência no ambiente psicológico, determinando um campo dinâmico de forças psicológicas.
Os participantes da comunidade são um grupo coeso: A quantidade de pressão exercida sobre integrantes de um grupo a fim de que continuem nele. ‘’ é a resultante das forças que agem sobre um membro para que ele permaneça no grupo’’. Inúmeras são as razões que pode levar uma pessoa a fazer parte de um grupo uma delas pode ser a atração pelo grupo ou seus integrantes. Quanto maior coesão do grupo a satisfação é experimentada por seus membros e maior comunicação exercida pelo grupo.


6. CONCLUSÃO
Visto que a definição de grupo é a reunião de pessoas que possuem um objetivo comum, que é preciso haver interação afetiva e psicológica, e que também deve possuir uma evolução própria, força de coesão, e ainda, deve operar fatos conscientes e inconscientes, que haja responsabilidade coletiva e distribuição de papéis, podemos afirmar que essa comunidade representa uma Gestalt, pois como demonstrado, foram encontradas tais característica neste grupo. Comunidades não são construídas. Elas se autoconstroem através dos membros que têm os mesmos interesses e vão participar dessas comunidades virtuais. O interesse e aceitação das pessoas são mais forte que qualquer processo formal de agrupamento. Há a interação psicológica dos participantes da comunidade, eles dialogam entre si sobre os transtornos ocasionados pela doença, a comunidade possui uma evolução própria, pois a cada dia mais pessoas que conhecem e convivem com o tema abordado por ela pode estar acessando e se tornando mais um membro da comunidade, há a responsabilidade coletiva quando todos estão ali em pró de ajudar o outro, participar das questões envolvendo o tema, descrevendo situações de sua vida etc. A distribuição de papéis em ambientes virtuais é um pouco confuso, pois os membros participam de forma ativa, não há uma pessoa certa para se criar os tópicos e enquetes nas comunidades do Orkut, Porem na comunidade Transtorno/Síndrome do Pânico, os membros mais antigos são citados na descrição da comunidade e de certa forma são os responsáveis pelas informações passadas ali.
Comunidades são grupos sociais. E com a tecnologia evoluindo a cada dia potencializou sobremaneira a expansão e criação de novas comunidades, vencendo barreiras como distância, língua, etc. Hoje, pessoas de todos os lugares e formações podem se conhecer em comunidades e trocar experiências antes inimagináveis. A Internet maximizou a possibilidade de conhecimento de comportamento e valores dos membros destas comunidades e, com isso, a possibilidade do alcance de relacionamentos virtuais que antes sequer se pensava.
As comunidades virtuais não se baseiam exclusivamente na reunião de informações e outros tipos de recursos. As comunidades se baseiam na união de indivíduos com objetivos ou crenças comuns. Esses indivíduos são atraídos porque, enxergam nestas comunidades um ambiente de interação e conexão com outros usuários criando vínculos de proximidade e confiança.
Por fim concluímos que as comunidades do Orkut podem ser tidas como um grupo verdadeiro.



7.   REFERÊNCIAS


ALEXANDRE, Marcos. Breves descrições sobre processos grupais Rio de janeiro – agosto. Dezembro 2002. Pagina 209 a 219 volume 7.
ANTONELLO Claudia Simone. Escola das relações humanas, etc. Bibliografia- Agustinho. Pagina 11 á 24.
DICIONÁRIO AURÉLIO eletrônico; século XXI. Rio de Janeiro, Nova Fronteira e Lexicon Informática, 1999, CD-rom, versão 3.0.
HOUAISS, Antônio e VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001.
OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia. 19. ed. São Paulo: Ática, 1998.
RIBEIRO, Jorge Ponciano. - São Paulo: Summus, 1947.
SOUZA, Paulo Rogério de. E-Mail de Apresentação Pessoal e Identidade nas Comunidades Online. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo. São Paulo. 2003

ENTREVISTA: UTILIZAÇÃO DE TESTES PSICOLÓGICOS

 

RELATÓRIO DE VISITA AO SINE BAHIA

Observou-se presteza no atendimento quando da chegada dos alunos, na observação das instalações viu-se que era agradável e confortável.
Recebido pela Psicóloga Nicole Santos, que após as praxes de apresentação discorreu sobre as atividades do SINE Bahia, sua estrutura Física, Administrativa e serviços dispensados aos que vão buscar apoio para suas necessidades de emprego.
A psicóloga Nicole, Coordenadora da Unidade Central, falando sobre o que era o SINE antes, e depois das reformas que se processaram no âmbito da estrutura e do entendimento.  Hoje o SINE Bahia comporta 122 Unidades cobrindo 108 Municípios. O SINE mantém divulgação em jornais, emissoras de TV (no total de 6), Publicação de impressos, divulgação em blogs, mantém contato com as empresas solicitadas de profissionais  no sentido de tomar conhecimento das vagas oferecidas e também para realizar  pesquisa  do que essas empresas estão  realmente precisando quando anunciam suas vagas.
O SINE Bahia adota uma metodologia de trabalho que inclui visita às empresas oferecendo o serviço e também para troca de informações, serviço de consultoria interna e externa, serviço de psicólogo que são responsáveis pelo processo seletivo, mantém ainda uma Unidade para atendimento aos portadores de deficiências, não adotando uma abordagem assistencialista, mais sim fazer ver a este deficiente que ele pode ser capaz de uma atividade, procurando resgatar sua dignidade de cidadão. Dessa forma oferece capacitações despeitando a extensão de sua deficiência, por exemplo: mantem um curso de LIBRAS (linguagem de sinais). 
O SINE Bahia disponibiliza inscrições para cursos e oficinas, numa média de atendimento de 700 pessoas.
Foi-nos explicado o processo de atendimento ao trabalhador desde a sua primeira visita até efetivação de sua contratação pela empresa, nesse processo há uma entrevista inicial, para conhecimento do profissional, aplicação de testes psicométricos no sentido de avaliar as potencialidades que o candidato possui e também para saber se está enquadrada no perfil solicitado pela empresa que oferece a vaga.
Perguntado sobre a aplicação dos testes quanto a sua operacionalidade, nos foi relatado que seguia os processos discutidos e expostos em sala de aula, no tocante utilização de rapport, aplicação, correção e cuidados tanto a respeito do candidato como também da especificidade dos testes e sua proteção.
Vale Salientar que todo o serviço oferecido pelo SINE Bahia é inteiramente gratuito e está vinculado ao Ministério do Trabalho.

ENTREVISTA REALIZADA NO SINE-BAHIA
DADOS GERAIS DA ENTREVISTADA

Nome:   Nicole Santos
Formação: Bacharel em Psicologia pela UNIFACS – Universidade Salvador, Especialização em Docência do Ensino Superior pela UNIFACS e Mestrado de Docência de Ensino Superior pela UFBA – Universidade Federal da Bahia.
Instituição (Faculdade): UNIFACS – Universidade Salvador (Bacharelado e especialização) e UFBA – Universidade Federal da Bahia. (Mestrado).
Quanto tempo de formado: Um ano em graduação de Psicologia.

1- Quais são as atividades que você realiza vinculadas à sua área de atuação (psicologia organizacional)?
R. Minha área de atuação não é só na organizacional. Eu atuo no Sine-Bahia com Psicologia Organizacional e do Trabalho. Cabe a mim responder pelos processos, a dar atendimento aos empregadores, aos trabalhadores que solicitam atendimento mais específicos, supervisiono os estagiários de Psicologia, procurando desenvolver nossos técnicos (estagiários) com o potencial que eles apresentam.
2 - Há quanto tempo você utiliza testes na sua prática profissional?
R. Desde que eu comecei a estagiar (3º semestre) já manuseava os testes; eu aprendi na prática, para depois aprender na teoria. Na minha formação, só víamos disciplina de testes psicológicos a partir do 5º semestre. Quando fui para a teoria, eu já tinha a experiência na prática, e fui convidada pela professora a ser monitora de avaliação psicológica, por conta da experiência anterior prática, isso me ajudou muito.
3 - Quais são os testes mais utilizados por você? O que eles avaliam?
R. Aqui no Sine-Bahia, os testes que mais aplicamos é o teste de atenção concentrada, mais especificamente o “AC”, teste de inteligência não verbal, R1, G36, G38 e teste de personalidade. Temos também o palográfico, o Quati e o CPS.
4 - Qual a importância do teste psicológico no processo de avaliação psicológica do testando?
R. Mais importante que aplicá-lo é saber como examinar os dados obtidos, definir qual teste apropriado, verificar se os dados observados são relevantes ou não; não usá-lo aleatoriamente aproveitando os resultados para colaborar com a entrevista, e nunca considerá-lo como sendo único instrumento a ser utilizado pelo avaliador.
5 - Em quais situações faz-se necessário o auxílio de outro profissional na aplicação dos testes?
R. Depende do lugar e do contexto, no caso de aplicação de teste não acho necessário, pois pode interferir no mesmo.
6 - Quais cuidados você adota na escolha, na aplicação e correção dos testes psicológicos?
R. Deve-se ter um cuidado com a própria formação. O diferencial do psicólogo em relação a outros profissionais é a capacidade de escuta, um olhar diferenciado, e sua capacitação tórica, uma vez que os testes não produzem material necessário para um diagnóstico apurado, eles dão suporte ao embasamento teórico. É importante o esclarecimento em relação ao instrumento utilizado, favorecer o entendimento e o desempenho dos sujeitos submetidos aos testes. Nossa formação é voltada para o ser humano.
7 - Você elabora laudos para todas as avaliações psicológicas que realiza? Se não como registra os resultados das avaliações?
R. Sim, todos os processos são realizados, é feito um laudo psicológico que deve ser arquivado por cinco anos.
8 - De que maneira o candidato tem acesso aos resultados  dos  testes a que foi submetido?
R. Através da empresa que solicitou a seleção, que recebe as informações com os resultados obtidos no processo de avaliação. Caso o candidato (a) deseje tirar dúvidas sobre sua avaliação, pode procurar nosso departamento no SINE para procedemos esse retorno, pois a empresa não tem acesso ao parecer psicológico dos candidatos.
9 - Existe algum procedimento especial para aplicação de testes para portadores de necessidades especiais? Qual?
R. Não. É preciso avaliar qual o tipo de deficiência.
10 - Quando você se depara com um indivíduo emocionalmente abalado numa aplicação de teste psicológico, o que você faz?
R. Primeiro, retirar o candidato da sala, acolher essa demanda, chamando-o para conversar e avaliar suas emoções, o que está sentindo, depois se perceber que esta melhor liberá-lo para fazer o teste, senão remarcar, e se o contexto permitir processar a avaliação individual. Por isso eu ressalto que é importante fazer teste com pequenos grupos, pois o psicólogo, pode assim ter melhor percepção de como está cada candidato.
11 - O Sine Bahia utiliza testes realizados através de meio virtual? Por quê?
R. Não. Pois não são validados pelo Conselho Regional de Psicologia.
Vale salientar a importância de trabalhar com o candidato pessoalmente, observá-lo na hora da aplicação de teste. Pela internet existem grandes probabilidades de fraude.
O que temos virtualmente é crivo de correção de alguns testes.
12 - Quais os cuidados que o profissional deve ter na avaliação para obter um resultado fidedigno? 
R. É a nossa capacidade de escuta, a forma de fazer a avaliações, o olhar para o ser humano e temos o conhecimento.
13 - Há um limite de testes que podem ser aplicados por seleção? Por quê?
R. Sim. Pelos menos dois testes, pois temos que ler, entender o teste e estudar os dados, e além do mais temos que ter cuidado para não valorizar excessivamente o teste.
14 - Qual o procedimento realizado com o candidato que não é aprovado?
R. Não há procedimento para o candidato reprovado. Os resultados das avaliações são enviados para a empresa, que irá proceder ou não a contratação.
15 - O que influenciou você a escolher essa linha de trabalho?
R. Eu sou apaixonada pela psicologia, atuo na clinica e sou docente, nunca fiz restrição a nenhuma área, porém tenho as minhas limitações. Mas foi através do estágio que comecei trabalhar no Sine e hoje sou contratada.
16 - É papel do psicólogo no momento do teste avaliar o emocional dos candidatos?
R. Sim. Aplicar teste não é só esperar que execute a tarefa, mas é você ter um olhar cuidadoso para perceber se o estado emocional do candidato o está prejudicando.
17 - Houve algum caso específico durante a aplicação do teste que marcou sua área profissional?
R. Sim, aqui no SINE Bahia. Em uma entrevista de auxiliar de carga e descarga só com homens, na hora da entrevista agente passa uma ficha de controle junto com uma caneta e pede para cada candidato assinar e percebi que um determinado tempo que outros candidatos não tinham assinado a lista e o ultimo a assinar ficou com a caneta e falou que eu tinha dado a ele nisso fique já preocupada, mas observando. Entre ele e o outro candidato tinha uma cadeira vazia, e quando acabou ele ficou por ultimo e veio até a mim e disse:- “Olha pró, tem um candidato que ficou sem assinar estava do meu lado.” Eu fiquei com medo, pois não tinha ninguém a lado dele, e ele tava me retratando como uma professora então eu respirei conversei com ele com jeitinho e ele foi embora, e a parti daí ele começou a aparecer em todas as entrevistas que tinha aqui, com a mesma roupa, mesmo penteado mesmo ele não se inscrevendo e nisso fiquei aflita, mas consegui sair dessa.

 
CONCLUSÃO

Diante dos fatos argumentados pela Psicóloga Nicole Santos, pôde-se perceber que os Testes Psicológicos são ferramentas de grande valia na vida das pessoas, das clínicas, das organizações, das pesquisas básicas.
A aplicação dos testes psicológicos no Sine Bahia tem uma grande importância na inserção do candidato no mercado de trabalho, entretanto, ressalta-se a grande e crucial seleção através da entrevista com o mesmo; o que quer dizer que, os testes psicológicos por si só, não tem a eficácia para avaliar o candidato em todos os aspectos, apenas na habilidade específica que se avalia no teste aplicado.
É preciso ter cautela quanto à avaliação dos testes também no momento da aplicação, já que os fatores externos (local, ambiente, ruídos...) tem uma grande interferência no rendimento do candidato, o que implicará nos resultados.
Figueiredo (1999:55) cita que é por intermédio da Grafologia será possível ter uma análise quanto às tendências do Profissional avaliado, como a agressividade, a capacidade de assimilar mudanças, desenvolver a criatividade e a produtividade, o dinamismo, a participação e a cooperação.
Sendo assim os psicólogos tem uma crucial participação através da sua capacidade de escuta e interligado a isso, a ferramenta também decisiva para o candidato, os testes psicológicos. Trabalhando em relação as duas ferramentas utilizadas especialmente pelos psicólogos é possível obter grandes êxitos com probabilidade de erros menores.

terça-feira, 17 de maio de 2011

 TECNOLOGIA E NOVAS CONFIGURAÇÕES SUBJETIVAS   
As evoluções tecnológicas da contemporaneidade modificam o nosso modo de ser e estar no mundo, produzindo novas configurações subjetivas. Para se entender como é que ocorrem essas mudanças na subjetividade, é necessário analisarmos os conceitos de subjetividade e tecnologia e por que a subjetividade é tão vulnerável a novas configurações e condutas.
Subjetividade pode ser definida como o íntimo do indivíduo que se manifesta nos seus comportamentos externos, como as condutas, a maneira de agir, pensar, falar, sentir, etc. É o mundo interno que todo ser humano possui composto por emoções, sentimentos e pensamentos, do qual só é possível acessá-lo através das informações dadas a todo o momento através dos gestos e ações.
Com o advento da internet e, principalmente, a partir de 2004 com a expansão do uso das redes sociais, o indivíduo ganhou inúmeras possibilidades de adquirir conhecimentos que influenciam na formação de si mesmo, bem como possibilidades de construir uma nova identidade. A formação da nova subjetividade aparece como produto desses novos mecanismos de interação com o exterior. Essa interação virtual, assim como a real, traz pontos positivos e negativos.
O uso do termo “tecnologia” abrange todos os tipos de avanços alcançados pelo homem através da criação de novas máquinas, celulares, computadores, com os mais diversos serviços para satisfazer a demanda considerada eficaz e ideal para contextualizar esse indivíduo nos avanços dessa era tecnológica.
O impacto da invenção da internet sobre o sujeito produziu, de forma tão radical, mudança de gostos, opiniões e comportamentos. É isso que acontece conforme vão interagindo com esse “mundo virtual”.
A partir de 2004 com a criação de redes sociais como Orkut, ficou mais fácil expor a sua subjetividade, deixando de lado o “eu” que antes era privatizado e até mesmo desconhecido.
         Embora a internet seja um meio de abrangência global e de possibilidades intermináveis, ela tem seus lados positivos e negativos, podendo até comprometer a segurança e a privacidade do indivíduo. Dentre as principais tecnologias que incidem na subjetividade do indivíduo, a internet se mostra mais predominante quanto à exposição explícita da subjetividade do sujeito, podendo ser mostrada a verdadeira subjetividade, ou fictícia, o que dificulta a capacidade de conhecer esse outro de verdade; porém há seus pontos positivos e negativos. 
Como positivo, a facilidade de buscas por pesquisas e novos conhecimentos, a maior facilidade de interação com contatos mesmo estando distante (ex: amigos e parentes), acessos rápidos a informações atualizadas, a facilidade de pagamentos, transações financeiras, entre outras.
A internet é o meio mais rápido para esta conectado com o mundo, com noticias, esporte, entretenimento, e a distancia não dificulta em nada, podemos ver pela tela de nossos computadores em imagens quase real. A medicina só ganhou com o avanço da tecnologia nas aplicações de ressonância magnética formas de pensar numa gravidez diferente da tradicional tomografia computadorizada, entre outros.
E os negativos seriam noticias e mensagens falsas, imagens que possam comprometer a vida pessoal de um individuo, mensagens e conversas pessoais que possam comprometer a vida do usuário da rede.
Ainda com os pontos negativos é possível perceber que essa revolução do sistema de informação e o acesso a um mundo tão extenso, que aumentou a incidência de doenças psicológicas como: o medo, a ansiedade, a angústia, a falta de paciência e a depressão.
Alguns autores, contudo, nos alertam sobre os problemas e ameaças que a tecnologia contemporânea nos reserva, seja diante do perigo iminente do real ser suplantado pelo virtual, seja pelo constante e crescente investimento em velocidade, que implicaria numa contínua diminuição do intervalo, do tempo necessário para reflexão e para a crítica.
Um exemplo prático disso é a mudança do comportamento que as pessoas estão tendo ultimamente. O individualismo é constante na vida das pessoas pelo seu afastamento com a sociedade “real” se voltando para a sociedade “virtual”. Os jogos de rede são um exemplo desse distanciamento que têm grandes influências sobre o sujeito. Podemos, portanto, constatar que o ser humano vem mudando as suas configurações subjetivas influenciados pela tecnologia, em especial pela Internet. 
A internet tem grande influência na vida das pessoas; no mesmo tempo em que ela facilita, ela nos prejudica nos tornando sedentário e dependente diante de uma nova tecnologia.
A partir de nossas leituras e ao longo das nossas reflexões, podemos perceber que os padrões de formação da identidade sofreram algumas alterações, principalmente com a chegada de instrumentos de interação social como o ORKUT®, TWITTER®, FACEBOOK® entre outros; e que esses meios ao mesmo tempo em que nos traz a facilidade de interatividade com o mundo, nos oferece também a incerteza da veracidade das informações, bem como oferece também riscos a privacidade e a segurança dos indivíduos, por isso, assim como no mundo real, como no virtual, todo cuidado é pouco.
 REFERÊNCIAS
OLIVEIRA, Maria Regina Momesso. “Técnicas de si” na contemporaneidade: A construção do sujeito na fluidez da web 2.0.Unifran; Cti-Unesp; Fjau
COSTA, Ana Maria Nicolaci da. Primeiros Contornos de uma nova “configuração psíquica”. Cad Cedes, Campinas, vol. 25, n. 65, p. 71-85, jan./abr. 2005.