quinta-feira, 19 de maio de 2011

DISCUSSÃO INTERDISCIPLINAR 
A TECNOLOGIA TEM CONTRIBUIDO PARA TORNAR OS RELACIONAMENTOS MAIS LÍQUIDOS?

Atualmente a humanidade tem sido impactada com a tecnologia nos mais diversos âmbitos. Sabe-se também que esse crescente avanço tecnológico na contemporaneidade tem provocado muitas mudanças no ser humano, sejam elas na sua maneira de pensar, agir, se comportar, se socializar, etc. Todas essas transformações foram causadas graças a um novo meio de vida; A vida tecnológica. O homem contemporâneo desenvolveu um modo de vida consumista que tem trazido grandes repercussões nas suas relações, e acabou tornando-se mais individualista com relação ao seu status social trabalhando em pró das suas conquistas. Antes o homem trabalhava para seu próprio sustento e de seus familiares somente, sem a visão de se obter um status maior. Hoje percebemos que as pessoas trabalham em busca da realização profissional e do status social cada vez mais alto. Esse ser consumista e individualista não se importa tanto mais com pequenos detalhes da vida que antes lhe eram essenciais. Com a tecnologia crescendo cada vez mais, facilitou também a comunicação entre os seres. Isso possibilitou ao homem manter relacionamentos cada vez mais instáveis ou “líquidos”. 
Os relacionamentos líquidos são definidos como relações que não há uma responsabilidade com os membros que constituem determinado grupo, seja ele familiar, social, profissional, etc. As pessoas vivem tão em torno de seu próprio mundo e tão preocupadas em ganhar dinheiro e ser cada vez melhor, que não tem tempo ou não se interessam mais em ter um relacionamento sólido.
Todos os tipos de relacionamentos vistos hoje, estão em estado de degradação devido aos impactos tecnológicos. Os relacionamentos virtuais estão cada vez mais presentes, inúmeras redes sociais estão na Web, criando novas formas de relacionamento, e de subjetividade tornando o ser humano mecanizado. Podemos perceber isso com o aumento das redes sociais cada vez mais presentes e importantes na vida das pessoas (Orkut, Facebook, Twitter). Essas redes sociais geram novos conceitos de grupos; são grupos virtuais que promovem novas formas de relacionamentos, que tem seus prós e contras, todavia, o integrante dessas redes pode simplesmente abandonar quando quiser sem que haja uma cobrança do grupo para com este. Pode-se criar amizades virtuais a partir dessas redes e depois simplesmente excluir esse perfil e nunca mais falar com as pessoas daquela comunidade.
Essa Liquidez Contemporânea é vista em inúmeras áreas dos relacionamentos do homem, tanto na família quanto no ambiente de trabalho, na vizinhança, enfim... As pessoas estão tão em torno de si mesmas, que não percebem o que ocorre a cada dia, sequer conhecem seu vizinho, não vê os pais há anos, etc. A consequência da “escolha” inconsciente por esse tipo de relacionamentos já acontece na vida das pessoas de maneira natural a ponto de nem perceberem mais a diferença. Observamos isso quando nos deparamos com os exemplos cotidianos da nossa sociedade: As pessoas optam por não casarem, pois um relacionamento amoroso requer cuidado, paciência, tempo, satisfação ao outro, enfim... Mantém contato com seus familiares (até mesmo da própria casa), através do celular, ou do “MSN”, evitando a proximidade e a presencialidade. Com isso, os relacionamentos são feitos e se desfazem com uma rapidez incrível.
Como tudo que é liquido se esvai com facilidade, assim está se tornando os relacionamentos, cada vez mais instáveis e substituíveis, e pensamos que essa liquidez não traz impactos maléficos, porém nunca se viu um índice de depressão tão alto como nos tempos atuais, nem o aparecimento de tantas doenças psíquicas ligadas ao stress, ao modelo de perfeição imposto pela mídia, a ansiedade, insegurança, etc. Existem testes psicológicos que avaliam a Personalidade e apontam tais fatos. Todos esses acontecimentos estão ligados á essa liquidez que a vida das pessoas tem se tornado. Muitas pessoas tentam suprir esse “vazio” fazendo cirurgias plásticas e até mesmo mudando de sexo graças a tecnologia médica que também ganhou espaço na contemporaneidade. As pessoas fazem esse tipo de mudanças em si por que não encontram a solidez nem a segurança. Se sentem inseguras e tentam cada vez mais ser aquilo que não são, buscando satisfação em mudar seu corpo em pró de uma falsa melhora de seu “eu”.
Essa liquidez também está presente hoje nas crianças. Elas também estão sendo impactadas pela tecnologia ainda mais do que os adultos, pelo fato de já terem nascido em uma época em que o avanço da tecnologia está tão intenso. Utiliza-se computadores atualmente no ensino das crianças, o celular é um equipamento que desde bem cedo as crianças tem um contato com ele, isso as levam a terem um desenvolvimento da linguagem e do pensamento cada vez mais rápidos. O bombardeio de informações de seu ambiente aumenta a cada dia, pois os pais estão sempre com objetos tecnológicos cada vez mais modernos. Porém, as levam também á estar inserida dentro desse contexto líquido de relacionamentos. Dentro desse contexto, consequentemente, elas tornam-se adultos frios e que não darão valor aos seus relacionamentos, pois já foram criados dentro dessa realidade. Com isso vai criando-se um circulo de relacionamentos líquidos passados de pai para filho; com isso a humanidade logo será completamente líquida, e o mal está na sociedade se tornando cada vez pior com aumento de violência que é maior hoje em dia, por conta das pessoas não se importarem com o seu próximo, estarem voltados para si ignorando o outro, tornando-se individualista, quando na verdade não percebe que o próximo também tem sentimentos, desejos, sensações e objetivos assim como os próprios.
Diante dos fatos aqui argumentamos, concordamos sim, que a tecnologia contribui e muito nos relacionamento líquidos, contudo acreditamos que o homem tem o controle (em alguns níveis) da escolha desse tipo de relacionamento; cabe ao homem saber utilizar a tecnologia e não se deixar influenciar, se pondo como máquina ao invés de um ser humano.

1 comentários:

Anônimo disse...

muito bom!

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